As lágrimas de Mahut e o recorde com sabor agridoce de Venus em dia de estreias e regressos

O campeão do Millennium Estoril Open foi um dos primeiros a vencer no novo Court Philippe-Chatrier.

PARIS, FRANÇA — Os céus ameaçaram, o sol escondeu-se e a chuva chegou a cair, mas a primeira jornada de Roland Garros só foi interrompido porque a luz natural deixou de ser suficiente. No dia de um aguardado regresso houve casa cheia e ainda gritos de alegria, até lágrimas, e recordes quebrados sem a cereja no topo do bolo.

O programa inaugural da nova edição do Grand Slam francês valia, por si só, motivos para festejar, ou não fosse a primeira de “cara lavada”, num Stade Roland-Garros agora significativamente maior e, sobretudo, mais desafogado. E começou logo em festa, com a ex-campeã (2016) Garbiñe Muguruza a ser forçada a trabalhos extra para vencer na inauguração do Court Simonne-Mathieu: 5-7, 6-2 e 6-2 frente a Taylor Townsend, que voltou a deixar evidente que só pela falta de consistência não é mais presente no circuito.

Seria nesse mesmo court que horas depois aconteceria a grande festa do dia, com Nicolas Mahut a recuperar de forma notável para somar a primeira vitória em encontros de singulares ao mais alto nível este ano e festejar em lágrimas, com o filho nos braços. Mas antes houve lugar para muito mais.

Logo a abrir a ação no Court Philippe-Chatrier, a queda de uma ex-número 1: Angelique Kerber, que se lesionou no tornozelo há um par de semanas, disse já estar totalmente recuperada e deu crédito à adversária, a estreante Anastasia Potapova (81.ª), mas deixou bem evidente a falta de tempo para se preparar para pisar a terra batida de Roland Garros — o único local onde ainda não ergueu o título de campeã no que a Majors diz respeito. A vitória da russa fez-se em 73 minutos, com os parciais de 6-4 e 6-2.

A alemã não foi a única ex-líder do ranking a cair: naquele que era visto como o grande duelo da eliminatória inaugural, Elina Svitolina mostrou-se exímia na leitura das condições e quebrou o serviço de Venus Williams pela última vez bem a tempo de sair de court com a vitória (por 6-3 e 6-3) antes das gotas de chuva se tornarem num cenário bem mais incomodativo.

Foi um dia agri-doce para a veterana norte-americana, que se tornou na primeira tenista da história — homem ou mulher — a participar em 86 quadros principais de singulares de torneios do Grand Slam.

Um tão agradado regresso de Roger Federer foi um passeio com nota artística, tal como a estreia de Stefanos Tsitsipas no Court Philippe Chatrier — o campeão em título do Millennium Estoril Open passou com distinção por Maximilian Marterer, vencendo por 6-2, 6-2 e 7-6(4).

Mais trabalho teve Grigor Dimitrov, que depois de um começo perfeito complicou a tarefa e, bem à imagem do rendimento que tem apresentado nos últimos meses, chegou a estar frente a frente com a derrota até que se desenvencilhou, no limite, de Janko Tipsarevic: 6-3, 6-0, 3-6, 6-7(4) e 6-4 foram os parciais a favor do campeão do Nitto ATP Finals 2017.

Quanto aos da casa, voltaram a ter razões para sorrir mas só no único encontro que lhes dava essa garantia: Kristina Mladenovic, que agora é treinada por Sascha Bajin, derrotou a compatriota Fiona Ferro por 6-3 e 7-6(3), enquanto Quentin Halys (6-2, 6-3 e 6-4 para Kei Nishikori), Jessika Ponchet (6-1 e 6-4 a favor de Belinda Bencic) e Ugo Humbert (que perdeu um entusiasmante encontro frente a Alexei Popyrin, parciais de 3-6, 6-3, 7-6[19[ e 6-3) terminaram este domingo as respetivas campanhas.

Segunda-feira será dia de estreia para muitos outros, dos quais se destacam Serena Williams, Caroline Wozniacki, Rafael Nadal, Novak Djokovic, Stan Wawrinka, os heróis da casa Jo-Wilfried Tsonga e Gael Monfils e ainda João Sousa, que vai a jogo num dos primeiros duelos do dia — com transmissão televisiva assegurada em Portugal.

A ordem de jogos completa pode ser consultada aqui.

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