“Urgente mudar”: centenas de jogadores enviam carta de revolta à ITF

Oito páginas e 3.700 palavras. A Federação Internacional de Ténis recebeu, esta segunda-feira, uma carta assinada por cerca de 700 jogadores que exigem “mudanças urgentes e imediatas” às regras que com o início da nova temporada entraram em vigor nos torneios do primeiro escalão.

Em causa estão as alterações aos critérios de apuramento para os torneios de categorias inferiores (15.000 e 25.000 dólares) e a substituição de um ranking único (ATP ou WTA) por dois (ATP ou WTA + ITF World Tennis Tour).

A carta foi escrita pela croata Ana Vrljic, que chegou a ser a 180.ª melhor jogadora do mundo — e assinada por centenas de jogadores e jogadoras que ao longo das últimas semanas têm manifestado a sua insatisfação através das redes sociais, nomeadamente a partir de dois grupos criados no Facebook onde até Sergiy Stakhovsky já interviu.

Apesar da Federação Internacional de Ténis ter dito que não planeia reformular o novo sistema e que já há várias alterações positivas em evidência, os jogadores consideram que “não podemos aceitar este novo sistema. A frustração, tristeza e a raiva estão a consumir as energias da maioria dos jogadores. Esta é uma carta escrita por todos nós, cada um teve a sua palavra e eu simplesmente juntei-as a todas.”

Na mesma carta, a tenista escreve que “desde que os resultados ao minuto começaram, a maioria dos jogadores recebeu ameaças de morte — disseram que matavam toda a família, desejaram que tivessem cancro e muitos outros sentimentos horrorosos. Toda a gente pode entrar nos clubes onde os torneios acontecem e nós não sabemos quem é que é realmente capaz de nos fazer algum mal. Entretanto, a ITF continua a ganhar dinheiro com as empresas com que negociou.”

As sugestões deixadas pelos 670 jogadores:

– Regressar ao sistema de apenas um ranking (ATP/WTA)
– Dar aos torneios a posibilidade de escolha do tamanho dos qualifyings em vez de limitar todos os quadros a 24 jogadores. Aumentar os qualifyings dos Challengers masculinos de 4 para 32.
– Qualifying: jogar apenas um encontro por dia.
– Terceiro set completo em vez de match tie-break no qualifying
– Remover descriminação contra aqueles que querem perseguir uma carreira de pares em vez de os obrigar a jogar singulares
– Eliminar a obrigatoriedade de usar o ranking de singulares para determinar a entrada em quadros de pares nos ITFs
– Remover multas pela candidatura e entrada em torneios superiores a ITF
– Estabelecer um limite nas tarifas dos hotéis

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