Nem o “número 1 mundial” da ITF vê vantagens nas reformas aos torneios

No dia 7 de fevereiro, a Federação Internacional de Ténis apresentou Peter Heller como “o novo número um mundial do circuito ITF”. Uma semana depois, o tenista alemão deu uma entrevista ao jornal Metro na qual diz não ver nenhuma vantagem nas reformas instituídas pela organização nos torneios do primeiro escalão internacional.

Apesar de ser um dos primeiros classificados no novo ranking da ITF (entretanto perdeu o primeiro lugar para Oriol Roca Batalla), o que significa que tem acesso a praticamente todos os torneios Challenger que queira jogar, Heller não está satisfeito com o novo sistema. “Não há nada de bom, absolutamente nada na verdade. É certo que agora posso jogar os Challengers mas não há nada de positivo nisto porque temos menos torneios e os quadros são mais pequenos, o que significa que os jogadores têm menos oportunidades para jogar e até têm de pagar um valor maior para o fazerem agora que há menos oportunidades de receberem prize-money…”

Na entrevista, o tenista alemão de 26 anos não escondeu que “foi difícil [lidar com as alterações] porque terminei a última época perto do 270.º posto do ranking ATP e no início deste ano desci para a posição 590. Foi e é frustrante porque se tivesse continuado com o ranking antigo teria conseguido jogar nos torneios do Grand Slam. Era o meu objetivo de 2018 e acho que merecia ter jogado, foi uma oportunidade que eles me tiraram em 2019.”

“Agora temos de olhar para os dois rankings. Ganhar pontos ITF não ajuda ao meu ranking ATP, por isso tenho de ter uma classificação suficientemente alta no ranking ITF para ter a oportunidade de ganhar pontos ATP. E aí começas do zero nesse ranking, por isso isto é tudo uma treta”, concluiu Heller, que em 2018 tinha ganho quatro torneios da categoria Future e viu todos esses pontos serem retirados da sua classificação ATP (chegou a ser o 271.º).

Se se confirmar o que foi inicialmente adiantado pela ITF e pela ATP, a partir de 2020 vai tornar-se ainda mais difícil ganharem pontos ATP, visto que estes passarão a estar disponíveis apenas a partir dos torneios Challenger.

Mas neste momento Peter Heller ainda tem as suas dúvidas de que isso venha a acontecer. “Eles disseram que o vão fazer mas sinceramente não sei. Talvez alterem alguma coisa porque tenho visto muitos jogadores a reclamarem, por isso talvez oiçam os jogadores e mudem qualquer coisa. Não sei mesmo… Espero que sim!”

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