João Sousa sofre reviravolta e Portugal entra a perder frente ao Cazaquistão

Mais uma eliminatória histórica, mais uma eliminatória em que o melhor português de todos os tempos abriu as hostilidades. Tal como aconteceu no Jamor em 2017, ano em que Portugal disputou pela segunda vez na história o acesso à fase final da primeira divisão do ténis mundial frente à Alemanha, também frente ao Cazaquistão foi João Sousa quem deu o tiro de partida.

E se desta vez a história era bem mais promissora, o resultado acabou por não o ser, com o português a não conseguir adiantar Portugal na eliminatória que garante ao vencedor o passaporte para Madrid, cidade onde se disputará a fase final da primeira edição da renovada Taça Davis.

Vindo de uma excelente quinzena na Austrália, onde alcançou a terceira ronda em singulares e apenas foi travado na penúltima etapa do torneio de pares no primeiro Grand Slam da temporada, João Sousa esteve longe de se exibir ao nível que apresentou nos Antípodas e esse aspeto acabou por ser crucial no desenrolar da partida, com o português a ser ultrapassado pelo número dois cazaque, Alexander Bublik (171.º), por 6-7(1), 6-4 e 6-4.

Num encontro disputado nos campos de piso rápido coberto do Centro Nacional de Ténis de Astana, encontraram-se dois jogadores com histórias e estatutos bastante dispares quer no circuito, quer na competição. Se o vimaranense representava Portugal pela 26.ª vez na carreira nos últimos 12 anos — um total de 52 encontros disputados –, o jovem de 21 anos estreava-se nesta competição.

Claro favorito à vitória, apesar de numa competição como esta os rankings serem postos muitas vezes de parte quer por parte dos jogadores, quer por parte dos capitães, o número 39 mundial não foi capaz de confirmar o favoritismo e o primeiro ponto foi mesmo para o conjunto de leste.

Muito mais experiente do que o tenista do Cazaquistão, o jogador de 29 anos enfrentou um primeiro set muito equilibrado, onde não ocorreram quebras de serviço. No tie-break, a qualidade do número 1 nacional veio ao de cima, e, com a conquista dos últimos sete pontos do parcial, veio também o adiantamento no encontro.

Desbloqueada a contenda quando estava quase contabilizada a primeira hora de jogo, a segunda partida iniciou-se muito equilibrada, com ambos os jogadores a usarem de forma bastante eficaz as pancadas de serviço. No entanto, ao 7.º jogo do segundo parcial, tudo mudou. Se até aí João Sousa parecia ter o controlo do encontro, a cedência súbita do seu serviço acabou por virar por completamente o ascendente.

Bublik acabaria por fechar esse parcial através do sucesso na primeira pancada de serviço e transportou o ascendente para o terceiro e decisivo parcial, onde entrou logo com uma quebra de serviço que acabaria por ser crucial no desfecho do primeiro de cinco encontros agendados para os dois dias da eliminatória.

Concluída a disputa do primeiro ponto da eliminatória, que marca a estreia de Rui Machado enquanto capitão da equipa portuguesa da Taça Davis, João Sousa passa agora o testemunho a Pedro Sousa (101.º). O tenista lisboeta terá como missão igualar a contenda mas para isso terá de derrotar o mais cotado dos tenistas da casa, o número 55 mundial Mikhail Kukushkin.

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