Quase parece Paris: Nadal não dá hipóteses e já está nas meias-finais do Australian Open

Rafael Nadal chegou a Melbourne a viver um verdadeiro pesadelo em pisos rápidos (tinha desistido de 14 dos últimos 17 torneios nessa superfície e não jogava oficialmente desde o US Open) e agora está cada vez mais próximo de de lá sair com um torneio para mais tarde recordar.

Com uma exibição cirúrgica, o espanhol de 32 anos colocou o jovem norte-americano Frances Tiafoe, de 20, em “sentido” ao vencer por 6-3, 6-4 e 6-2 para avançar para as meias-finais do Australian Open.

Rápido, eficiente, descomplicado, determinado, enfim, a sopa de letras que compõe a vitória de Rafael Nadal é vasta. Porque se Roger Federer já saiu de cena e Novak Djokovic foi testado por duas vezes, o tenista maiorquino tem sido o que apresenta melhor nível e a prestação desta terça-feira superou as anteriores, com Frances Tiafoe a pouco ou nada conseguir fazer para o contrariar.

O finalista do último Millennium Estoril Open também tem responsabilidade no desenrolar deste encontro — foi demasiado impaciente frente ao adversário que mais paciência requer e deixou-se trair pelo seu próprio serviço — mas há níveis e níveis e aquele a que Rafael Nadal se apresentou era muito difícil de contrariar.

O domínio foi tal que três breaks teriam bastado — um em cada set, sempre ao primeiro jogo de serviço do adversário, e um outro no último jogo –, mas ainda teve tempo de conseguir mais um para servir mais cedo para o encontro. A direita em top spin que tantas vezes aponta para a direita de Federer também funcionou na perfeição, ajudando-o a criar desconforto num já por si desconfortável Tiafoe (ou não fosse esta a sua primeira participação em quartos de final desta categoria) e assim lá vai Nadal a caminho da sua 30.ª meia-final em torneios do Grand Slam.

Nos homens, só três outros nomes o conseguiram: Roger Federer (43), Novak Djokovic (que amanhã pode chegar às 34) e Jimmy Connors, que com 31 meias-finais deverá ser igualado quando o maiorquino regressar ao seu santuário (afinal, em forma como esta é difícil imaginá-lo a perder a hegemonia em Roland Garros já este ano).

Se quiser ir mais longe e reservar um lugar na sua quinta final em Melbourne (o pior dos torneios do Grand Slam em termos de títulos: só por lá venceu uma vez, há exatamente 10 anos), Rafael Nadal terá de passar por um outro “miúdo” da nova geração — este já num patamar ainda elevado: Stefanos Tsitsipas, que dois dias depois de ter derrotado o seu ídolo de infância voltou a vencer para se tornar no semifinalista mais novo dos últimos 12 anos em torneios do Grand Slam.

Atualizado às 12h12.

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