Suspenso por suspeitas de corrupção, tenista brasileiro reage: “Estão a querer limpar o número de jogadores”

Diego Matos

Diego Matos é um tenista brasileiro de 30 anos, atual número 1209 do mundo em singulares e 244 em pares (máximo de carreira). A partir desta semana é, também, o mais recente jogador a ser suspenso pela Unidade de Integridade do Ténis devido a suspeitas de corrupção.

Num comunicado publicado esta semana no seu website oficial, a TIU escreve que “Diego Matos foi provisoriamente suspenso de competir profissionalmente devido a supostas violações ao Programa de Anti-Corrupção no Ténis”, o que significa que está proibido de competir ou visitar qualquer evento organizado ou reconhecido pelas entidades oficiais durante 60 dias, o período da suspensão provisória. 

Ao contrário do que acontece habitualmente — como são exemplo as punições recentes aplicadas a três árbitros de cadeira e a dois tenistas italianos que sabem o que é conquistar títulos ATP –, o comunicado da TIU não especifica as razões pelas quais Diego Matos terá sido suspenso e é disso que se queixa o jogador.

“Sinto que as autoridades estão a ser duras com as sanções apenas por me considerarem demasiado veterano para jogar. Tenho a impressão de que estas medidas tão agressivas estão a ser utilizadas para limpar a lista de jogadores que perseguem o sonho de serem tenistas profissionais”, reagiu numa nota oficial emitida depois do anúncio ser conhecido.

Em 2018, Diego Matos disputou um total de 33 torneios profissionais e subiu do 1367.º ao 244.º posto do ranking mundial de pares, um novo máximo da carreira. Das provas disputadas, 7 foram em Portugal — nas quais disputou três finais consecutivas com Gonçalo Falcão (na Beloura, Sintra) e venceu em São Brás de Alportel ao lado de Fred Gil.

Já em declarações recolhidas pelo GloboEsporte.com, Diego Matos afirma que “o mais grave de toda esta situação é que a suspensão é baseada em acusações sem provas concretas. Este ano tive três entrevistas com a TIU em que me foram feitas diversas perguntas sobre os meus encontros e cooperei sempre. Não tenho nada a esconder. Depois da primeira entrevista, em Curitiba (Brasil) a 18 de maio, tive outra entrevista em Portugal, na cidade de Sintra, e novamente não me deram nenhuma informação sobre a razão das entrevistas nem uma conclusão sobre as mesmas. A 18 de outubro voltei a ser entrevistado, na Tunísia, onde o torneio é realizado no hotel oficial Skanes Family, e depois de um dos encontros os agentes da TIU disseram-me que queriam fazer uma busca no meu quarto sem me darem qualquer explicação. Eu não concordei por acreditar que já se estava a tornar num assédio e disse-lhes que só permitiria o acesso ao meu quarto com a presença da polícia e aí eles desistiram.” 

Impedido de jogar até ao dia 8 de fevereiro, Diego Matos reforçou que “nunca tive nenhum envolvimento com qualquer movimento ilegal nos meus encontros e não existe nenhuma acusação desse tipo contra mim até ao momento” e que está “em contacto com o meu advogado, especialista em direito e arbitragem, para resolver esta suspensão e voltar em breve aos courts para jogar ténis”.

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