Neuza Silva destaca “trabalho e ambiente de família” e duas semanas com efeito desbloqueador

Neuza-Silva
Neuza Silva assinala os dois títulos conquistados pela sua pupila no Lousada Ténis Atlântico

LOUSADA – Chegou ao fim o primeiro ano de competição internacional para a equipa feminina do Centro de Alto Rendimento. E terminou da melhor forma: Francisca Jorge conquistou, este domingo, o segundo título em duas semanas em Lousada, 14 meses depois do projeto feminino da Federação Portuguesa de Ténis ter arrancado a full time.

Neuza Silva, a responsável pela equipa feminina do Centro de Alto Rendimento, assistiu de muito perto às 10 vitórias da sua pupila no Lousada Indoor Open e fez um balanço e uma análise ao trabalho que tem sido realizado. “Foi o culminar perfeito da época ao nível internacional. Não é como começa mas sim como acaba e todos merecem uma palavra de apreço, porque eu dou a cara porque estou com elas diariamente mas tanto o Rui Machado como o Hugo Anão, o Gonçalo Nicau (treinadores) e o Paulo Figueiredo (preparador físico) estão de parabéns.”

Para a ex-tenista, que em 2009 chegou ao 133.º posto do ranking mundial feminino, as duas semanas em Lousada foram de novas experiências e aprendizagem constante para Francisca Jorge. “Houve sempre emoções novas. No meu entender tanto na primeira como na segunda semana as meias-finais foram os melhores encontros dela. Ontem jogou a um nível de top 400 sólido, top 300 se calhar comparando com algumas jogadoras e contra uma jogadora que já foi top 130.”

Capitã da seleção da Fed Cup e responsável pela equipa feminina do CAR, Neuza Silva considera que Francisca Jorge “ainda não está a utilizar todas as capacidades que tem” e que “estas duas semanas em Lousada vão ajudá-la bastante a desbloquear certos aspetos. Tem de ser o jogador a acreditar que é possível, porque se eles não acreditam nada disto é possível e neste momento a ‘Kika’ já começa a acreditar nas capacidades dela. E com a nossa ajuda e a nossa experiência tem tudo para continuar a subir, porque com estes dois títulos muitas coisas foram desbloqueadas.”

O ambiente familiar que é vivido entre o grupo de trabalho é um dos aspetos mais destacados pela treinadora. “Temos de ter uma base sólida na nossa família para conseguirmos estar bem. Tento sempre, em todos os projetos em que me meto, trabalhar esses valores familiares, porque como jogadora passei muitos momentos de solidão que não me ajudaram e por isso tento evitar ao máximo que elas passem por isso neste momento.”

Neuza Silva destacou ainda que “é preciso algum tempo para solidificar a parte da performance de alta competição”, sobretudo num grupo de trabalho tão novo (Francisca JorgeLúcia Quitério têm 18 anos, Maria Inês FonteLeonor Oliveira 16) e com jogadoras que “até há pouco tempo estavam inseridas em clubes, a desenvolver um bom trabalho mas com variantes diferentes. Neste momento elas já estão com outra perspetiva, mais focadas e mais por dentro do trabalho que é preciso fazer diariamente e as coisas vão começar a dar frutos.”

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