Capitão Rui Machado fala em “honra”, “responsabilidade” e já pensa na próxima eliminatória

OEIRAS – 874 dias separaram o momento em que Rui Machado colocou um ponto final na carreira de tenista profissional e aquele em que foi anunciado como o novo capitão da seleção portuguesa na Taça Davis.

No mesmo local e novamente acompanhado pelo Presidente da Federação Portuguesa de Ténis, Vasco Costa, o algarvio de 34 anos disse ser “uma honra” assumir este novo desafio. “Representa bastante para mim porque é um reconhecimento do trabalho feito nestes últimos dois anos, pela minha dedicação total desde que me juntei à Federação e porque é um sinal de que confiam em mim e acham que tenho o perfil e competências necessárias para ocupar o cargo.”

Nas primeiras palavras como capitão de uma equipa que enquanto jogador representou em 28 eliminatórias, Rui Machado fez ainda uma referência ao seu antecessor, Nuno Marques, “que fez um trabalho extraordinário”, e também aos jogadores. “Têm demonstrado um grande patriotismo, um grande espírito de equipa ao estarem sempre presentes e disponíveis e eu tudo farei para que isso continue a acontecer. Foi muito especial fazer parte da seleção como jogador e vai continuar a ser muito especial ajudá-los agora desta forma.”

Questionado sobre se a proximidade aos jogadores — com quem, aliás, ainda partilhou o court enquanto tenista — poderia revelar-se um problema, Machado descartou de imediato a possibilidade. “Se estivéssemos a falar de atletas que não são excelentes profissionais essa proximidade poderia realmente ser um problema, mas com estes excelentes profissionais não. Cada um deles sabe muito bem qual é a sua função, que é dar o melhor, e a minha é fazer tudo o que está ao meu alcance para que eles se sintam bem. Acho que não vai haver nenhum problema.”

Desta vez, Rui Machado e Vasco Costa fizeram-se acompanhar ainda de Gonçalo Nicau. O ex-jogador, atual treinador do Centro de Alto Rendimento, foi convidado a desempenhar funções de treinador da equipa da Taça Davis e para Rui Machado tratou-se de “uma decisão natural.”

“Quando entrei para a Federação o Gonçalo já trabalhava cá, aliás a equipa que é hoje do CAR é a mesma de quando entrei. Acrescentámos a Neuza Silva para a competição feminina mas de resto a equipa é a mesma e considero que o CAR está a funcionar muito bem, por isso a confiança no Gonçalo não é de agora. A ligação que temos é muito importante, já nos conhecemos e ele conhecendo-me tão bem também poderá ajudar-me nas minhas funções.”

Já com o pensamento no Cazaquistão

Duas horas antes da conferência de imprensa no Centro Nacional de Ténis do Jamor ficou a saber-se que Portugal viajará até ao Cazaquistão em fevereiro do próximo ano, tendo em vista a chegada inédita à fase final da Taça Davis.

Ou seja, foi esse outro dos assuntos de conversa com Rui Machado. O novo capitão da equipa portuguesa reconhece que se trata de “uma tarefa difícil”, até porque “olhando para trás temos tido algumas dificuldades em ganhar eliminatórias fora de casa”, mas destaca que “se queremos estar no Grupo Mundial temos de ganhar jogos e não podem ser só em casa.”

Com temperaturas inferiores àquelas que se verificam em Portugal e nos restantes locais onde os jogadores portugueses estarão em ação (em inícios de fevereiro o Cazaquistão costuma registar temperaturas na ordem dos 10, 20 graus negativos), a eliminatória será disputada em condições indoor e, muito provavelmente, piso rápido. Por isso, é desejo de Rui Machado “fazermos a melhor preparação possível e para isso convém irmos o mais cedo possível. Temos de estudar as condições da melhor forma para chegarmos com o menor número de surpresas possíveis e tentarmos ter o máximo de controlo sobre o que vai ser a nossa semana no Cazaquistão para termos os jogadores tranquilos e focados.”

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