Frederico Marques: “Estamos cada vez mais fortes e ficamos numa posição muito boa”

Frederico Marques com Carlos Costa e João Domingues
Fotografia: Fernando Correia/FPT 2018

LISBOA – Chegou ao fim mais um fim de semana de Taça Davis. Portugal derrotou tranquilamente a África do Sul no Club Internacional de Foot-Ball, em Lisboa, para ficar mais perto do objetivo de chegar ao Grupo Mundial — agora denominado Davis Cup Finals, num novo formato. Frederico Marques, treinador de João Sousa, fez a análise da eliminatória e falou do que já passou e ainda do que falta da temporada do vimaranense.

“Foi um fim de semana tranquilo, sim. Com muito bom ambiente, uma equipa que está cada vez mais forte e que é claramente superior e mais experiente nesta superfície”, começou por dizer o treinador português em declarações ao Raquetc. “Tínhamos o objetivo de chegar ao Grupo Mundial, ainda não aconteceu mas ficamos numa posição muito boa e sentimo-nos realizados.”

Numa análise mais detalhada à eliminatória, o técnico do melhor tenista português de todos os tempos desfez-se em elogios a Pedro Sousa, responsável pela primeira vitória do fim de semana. “O Pedro é um jogador fortíssimo, muito competitivo e que também estava em casa, num clube que conhece melhor do que ninguém. Na minha opinião ele está próximo dos 60, 70 melhores jogadores do mundo em terra batida. Este último passo está a custar um bocadinho mas é uma questão de tempo até que ele entre nos 100 primeiros e acredito que se a época tivesse mais torneios em terra batida já lá estava há algum tempo.”

Já sobre o desempenho do seu pupilo, Frederico Marques reconheceu que foi necessário algum tempo até que João Sousa se adaptasse às condições da eliminatória. “São bastantes meses a jogar em piso rápido e por isso os primeiros dias não foram fáceis em termos de sensações, da movimentação, deslizar aqui e ali, adaptação à bola e mesmo no próprio encontro [de singulares] nos dois ou três primeiros jogos também custou entrar na dinâmica competitiva. Mesmo que se trabalhe muito o piloto automático estava preparado para piso rápido, mas ele conseguiu adaptar-se e ficar tranquilo.”

A vitória de Portugal foi consumada no encontro de pares, em que João Sousa e Gastão Elias voltaram a deixar pelo caminho um especialista — desta vez, Raven Klaasen. O treinador português confirmou que “desde o final do ano passado que apostámos mais na variante de pares, porque é muito importante o João ganhar mais à vontade na rede, melhorar o capítulo da resposta, a posição, as transições de trás para a frente e mais confiança para fechar na rede, com o volley e o smash.”

Fazer mais encontros nesta vertente era de tal forma “uma prioridade” que os resultados surgiram. “Foram vários quartos de final, meias-finais e, claro, aquela final no Masters 1000 de Roma, contra vários jogadores de topo que já têm vários títulos. Isso significa que há nível, também porque já jogou com vários parceiros e os resultados mantiveram-se sempre, e quando há esse nível somos ambiciosos.”

Por isso, é com naturalidade que o treinador português fala no “objetivo de vencer um título em pares. Acho que vai acabar por fazer a primeira final em torneios ATP 250 e porque não ser como em singulares, em que na primeira final conquistou o primeiro título.”

Agora, Basileia. Porque o circuito não pára, João Sousa tem poucas horas para celebrar a vitória na eliminatória e descansar. Na segunda-feira de manhã o vimaranense viaja para a cidade suíça, onde vai disputar o quadro principal de um dos últimos ATP 500 da temporada.

E vai “com o objetivo de acabar o ano nos 50 primeiros em singulares e em pares”, pelo que foi tomada a opção de tentar jogar quer neste torneio (com Nikoloz Basilashvili) quer no Masters 1000 de Paris (inscreveu-se ao lado do sul-coreano Hyeon Chung). “Vamos tentar entrar mas está complicado porque estes torneios são muito duros”, concluiu Frederico Marques.

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