14 anos depois, David Ferrer regressa ao circuito Challenger com a conquista de um dos maiores torneios

David Ferrer
Fotografia: Abierto GNP Seguros

Monterrey, outubro de 2018. Pela primeira vez em mais de 14 anos, David Ferrer regressou ao circuito Challenger. E fê-lo de forma perfeita, ao conquistar o título mais importante da carreira neste circuito (é importante prestar atenção a esta referência) para fechar com uma memória feliz um ano de dissabores.

O triunfo deu-se graças aos parciais de 6-3 e 6-4 frente ao também veterano Ivo Karlovic, de 39 anos, naquela que foi a final mais velha de toda a história do circuito Challenger.

O torneio mexicano não era uma paragem prevista no calendário do tenista espanhol, hoje já com 36 anos. Mas depois da desilusão no US Open — de onde se despediu dos torneios do Grand Slam com uma desistência devido a lesão frente a Rafael Nadal –, o ex-número 3 mundial quis regressar a outros palcos e tentar fechar a temporada “em grande”.

Assim o fez, completando uma semana praticamente perfeita. Começou por derrotar Thanasi Kokkinakis (6-1 e 6-3), depois Roberto Cid Subervi (6-2, 6-7[4] e 6-2), Sebastian Ofner (6-3 e 6-4) e Ernesto Escobedo (desistência), até que bateu o gigante croata (Ivo Karlovic tem 2,11) num encontro em que até lhe conseguiu quebrar por duas vezes o serviço.

E o resto é história. Ou números: a jogar um torneio Challenger pela primeira vez desde 2004, David Ferrer conquista o seu primeiro título nestas provas desde junho de 2002 e o sexto da carreira, mas de longe o mais importante — neste circuito, claro está.

  • 2018
    Challenger de $150.000 +H de Monterrey (México)
  • 2002
    Challenger de $25.000 de Manerbio (Itália)
    Challenger de $25.000 de Sassuolo (Itália)
    Challenger de $37.500 de Valência (Espanha)
    Challenger de $25.000 de Nápoles (Itália)
  • 2001
    Challenger de $50.000 de Sopot (Polónia)

O percurso que é uma pequena fatia de uma grande carreira

Falar de David Ferrer em torneios Challenger é falar de apenas 1% da carreira do tenista espanhol — ou nem isso. Porque ao longo dos mais de 14 anos ao mais alto nível, o jogador natural de Xábia estabeleceu-se como um dos melhores tenistas da sua geração, que numa época dominada por Roger Federer, Rafael Nadal, Novak Djokovic e Andy Murray se conseguiu impôr e ganhar o seu espaço.

São, no total, 52 as finais disputadas. Dessas, perdeu 25 (entre as quais a da Tennis Masters Cup — o antigo ATP Finals –, em 2007; a de Roland Garros, em 2013; e as de seis Masters 1000) e venceu 27, sendo o Masters 1000 de Paris (em 2012) a sua maior conquista.

Fê-lo em piso rápido, na relva e na terra batida tão espanhola, ao ar livre e em recintos fechados, na Europa, na Oceânia, Ásia e Américas. E agora tem um último capítulo à sua espera: o ano de 2019 marcará a sua despedida do circuito profissional, e se os pormenores ainda não são conhecidos é certo que terminará em casa — em que torneio, só o tempo o dirá.

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