“Carlos Ramos agiu corretamente em cada um dos incidentes”, defende antigo árbitro

Serena-Carlos Ramos
Fotografia: USA Today

Num artigo de opinião publicado na edição online deste domingo do jornal australiano Sydney Morning Herald, Richard Ings, antigo árbitro profissional (1986 a 1993) e ex-vice-presidente da ATP com o pelouro das Regras e Competição (2001 a 2005), elogiou a atuação de Carlos Ramos, este sábado, na final feminina do US Open.

Ings começa por escrever que, na linguagem própria dos árbitros, encontros como o deste sábado são jogos “de boas-vindas”, pois são partidas como estas que “testam o conhecimento e o temperamento pessoal para além dos limites” e nas quais, no final, é preciso enfrentar o “dedo acusador de culpa de tenistas, fãs e redes sociais”.

Por isso, nem com toda a experiência do mundo, Carlos Ramos estaria “preparado totalmente” para o que estava para vir, palavras de Ings. “Nem com quatro décadas de experiência profissional Carlos Ramos estaria preparado totalmente para o que estava prestes a acontecer. Eu próprio já deveria saber, uma vez que as memórias do meu encontro de boas-vindas continuam frescas 30 anos depois” (dirigiu o encontro da quarta ronda do US Open em 1987, entre McEnroe e Zivojinovic, penalizando o norte-americano com um warning, point penalty e game penalty).

Depois, uma confissão: “Tenho muita admiração e empatia por Ramos”; e o reconhecimento que o árbitro português fez o que devia: “Agiu corretamente como árbitro de cadeira em cada um dos três incidentes”. Se dúvidas ainda houvesse, o esclarecimento cabal: “Todos os jogadores sabem que destruir uma raquete em court é uma violação do código; Todos os jogadores sabem que atacar publicamente a honestidade do árbitro resulta numa violação imediata do código”.

Em jeito de conclusão, Richard Ings sublinhou que “Serena Williams é a melhor tenista de todos os tempos”, mas que ontem errou em toda a linha. “Ela foi derrotada por uma tenista que foi melhor do que ela e é ela quem deve um pedido de desculpa a Carlos Ramos, e não o contrário”.

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