Naomi Osaka conquista o US Open e torna-se na 1.ª japonesa a vencer um Grand Slam

História, muita história para o ténis nipónico. Naomi Osaka consagrou-se este sábado na primeira tenista de sempre a conquistar um título do Grand Slam para o ténis japonês, ao conquistar o US Open depois de derrotar a campeoníssima Serena Williams na final.

Se para a número 19 mundial a presença nestes palcos era uma novidade, sendo ela a mais nova desde Caroline Wozniacki em 2009, a disputar a decisão do US Open, para a ex-número 1 mundial era mais do que habitual, não estar neles até é de estranhar, ela que jogava a 31.ª da carreira e procurava um histórico 24.º título.

Primeira tenista nipónica a chegar à final de um Grand Slam, a jovem de apenas 20 anos não podia ter uma adversária mais complicada e ao mesmo tempo mais desejada, visto ter em Serena Williams a sua grande referência e inspiração no que toca ao mundo do ténis.

As idades eram díspares, mas o estilo de jogo nem por isso. Se de um lado tínhamos a experiência, do outro tínhamos a irreverência. A qualidade era mútua. O ténis ofensivo e a caminhada até à final eram um ponto em comum entre ambas (1 set perdido em 6 encontros, com 5 deles a serem resolvidos de forma clara). Apenas as separava o palmarés e neste caso, a rede que dividia as duas partes do court.

Por as caminhadas terem sido tão contundentes, não havia grande espaço para se falar em cansaço físico. A tenista de 36 anos passou 7h38 minutos em court, ao passo que a jovem nipónica esteve em ação durante 7h22. Pouco tempo, muito pouco tempo. Num torneio que bateu os recordes no que toca aos prize moneys (53 milhões no total), podemos registar que Osaka ganhou 244.565 dólares por hora em court até à final, enquanto Serena registou a marca 235.910 dólares horários (1.800.000$ é o prémio garantido para a finalista vencida).

Vamos ao jogo. O primeiro grande ponto a destacar tem de ir para a cadeira, onde esteve, mais uma vez exímio, o português Carlos Ramos. Quanto ao resultado, ficou selado com os parciais de 6-2 e 6-4, numa final disputada com o teto do Arthur Ashe Stadium fechado e em que Carlos Ramos acabou por ser protagonista.

O primeiro parcial foi um autêntico domínio por parte da mais jovem das tenistas. Apesar de ser estreante, a japonesa não acusou em nada a pressão, jogando bastante solta e sempre ao seu estilo, agressiva. Dois breaks foram suficientes para fazer a diferença.

No segundo, a história continuou. Serena ainda se adiantou para 3-1, mas rapidamente a japonesa recuperou o ímpeto. Foi então que entrou um fator externo ao jogo, o seu treinador Patrick Mouratoglou. Carlos Ramos entendeu que o francês fez coaching e deu-lhe um warning. Minutos depois levou outro por ter partido a raquete. E, a 3-4, Serena acusou o português de estar a mentir, chamando-o de ladrão e que nunca mais iria arbitrar um jogo dela, levando um jogo de penalização, o que levou a muita polémica. Serena fez o 4-5 e de seguida Osaka fechou o título mais importante da carreira.

Com um fim inglório, muito por causa de todo o ‘espetáculo’ gerado à volta de uma decisão que acabou por ser certa, Osaka despede-se do US Open com o primeiro Grand Slam da carreira e um momento que nunca mais esquecerá.

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