Incrível: Nadal derrota Thiem em maratona de cinco horas para chegar às meias-finais

Rafael Nadal
Fotografia: USTA/Garrett Ellwood

Já grande parte de Portugal Continental estava a acordar quando ficou conhecido o vencedor do último encontro da sessão noturna. Quando assim é, normalmente trata-se de uma grande batalha — e foi mesmo. Num duelo com contornos épicos e inesquecíveis, Rafael Nadal superou um “pneu”, cinco horas em campo e um Dominic Thiem no seu melhor para vencer uma verdadeira maratona e chegar às meias-finais do US Open.

Eram 2h04 em Nova Iorque, mais cinco em Portugal Continental, quando o árbitro alemão Nico Helwerth — o mais recente merecedor do Gold Badge — “cantou” os parciais finais de 0-6, 6-4, 7-5, 6-7(4) e 7-6(5) a favor do número 1 do mundo.

Vamos ao encontro? A batalha titânica entre o espanhol, de 31 anos, e o austríaco, de 25, teve tudo o que sempre se quis ver entre estes dois jogadores que há muito parecem encaixar um no outro. Drama, ténis ao mais alto nível, imprevisibilidade e, claro, emoção — muita emoção do primeiro ao último ponto.

Como qualquer maratona, foi um encontro extremamente físico. Mas um encontro em que os dois jogadores perseguiram a agressividade e fizeram dela aspeto chave para a resolução do problema. Thiem foi quem apontou mais winners (um total de 74, contra os 55 do adversário) e Nadal o que cometeu menos erros não forçados (49 contra 57).

O total de pontos ganhos também sorri ao austríaco (171-165), em muito devido a um primeiro set de sentido único, sem dúvida atípico, que esteve longe de ser a abertura com que todos sonhavam e só serviu de “engano” para o que viria a acontecer. Porque o que se seguiu foram quatro parciais jogados com uma qualidade de parte a parte que ainda não tinha sido vista neste US Open. Os breaks não foram muitos e por isso a fase final do encontro foi tão dramática, com o serviço a significar tanto e ter de ser gerido com tanto cuidado.

Num duelo destes, todos os detalhes contam e por isso Rafael Nadal, que não é particularmente conhecido pelas suas qualidades no jogo de rede, subiu mais vezes, ganhando 36 dos 56 pontos que jogou na metade mais avançada do court. Thiem, por outro lado, venceu 18 de 30, e foi um dos que falhou que lhe valeu o encontro:já depois de ter feito Nadal correr do lado para o lado, não conseguiu colocar o derradeiro smash e e permitiu ao espanhol o 7-5 final no tiebreak em vez do 6-6.

É essa uma das características únicas do US Open e foi assim, em pleno drama próprio de um tiebreak, que o encontro terminou. Com 4h49 no relógio do Artur Ashe Stadium, os cerca de 24.000 espetadores em êxtase e os dois jogadores abraçados, num constraste de emoções que fechou aquele que foi, indiscutivelmente, o melhor encontro da história entre ambos — muito melhor, por exemplo, do que o mais recente, ganho por Nadal (6-4, 6-3 e 6-2) em plena final de Roland Garros.

Se há encontros que ficam para a história, este é certamente um deles.

Vem aí mais um desafio de peso: finais pela sétima vez na carreira (o registo é de quatro vitórias e duas derrotas, Rafael Nadal, o campeão em título, vai ter pela frente o campeão de 2009, Juan Martin del Potro.

Será o 17.º encontro da história entre ambos, com o maiorquino de 32 anos a liderar por 11-5 e a ter ganho os três últimos encontros (curiosamente, todos em torneios do Grand Slam), o último dos quais nas meias-finais deste mesmo US Open, há um ano. Nos registos, há um outro encontro entre “El Toro” e “A Torre de Tandil” em Flushing Meadows. Foi no ano de 2009, em que Del Potro derrotou Nadal por 6-2, 6-2 e 6-2 para chegar à final (onde depois viria a derrotar Roger Federer).

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