Épico: Kevin Anderson salva um match point e derrota Roger Federer em Wimbledon

Kevin Anderson
É a primeira vez na carreira que o sul-africano garante um lugar nas meias-finais de Wimbledon.

O impensável aconteceu: Kevin Anderson, que até esta quarta-feira nunca tinha ganho um set a Roger Federer, anulou um match point, colocou um ponto final na malapata e deu a volta ao encontro para “roubar” ao número 2 mundial um lugar que parecia seu nas meias-finais de Wimbledon — as primeiras que vai jogar no All England Club.

2-6, 6-7(5), 7-5, 6-4 e 13-11. São estes os parciais daquela que é uma das melhores — senão mesmo a melhor — vitórias da carreira de Kevin Anderson, o “gigante” sul-africano que nos últimos anos se juntou ao grupo dos que têm vindo a provar que os 30 são os novos 20.

À semelhança do que aconteceu frente a Adrian Mannarino, o tenista suíço de 36 anos entrou com tudo. De tal forma que venceu 16 dos 17 pontos disputados no seu serviço e fez dois breaks para, em apenas 26 minutos, fechar o primeiro set. Se o rendimento no segundo parcial não foi o mesmo, foi ainda assim suficiente para anular uma desvantagem de 0-3 e igualar o seu próprio recorde de sets ganhos de forma consecutiva em Wimbledon (34).

E porque o terceiro set também começou e se desenrolou bem, tudo parecia estar prestes a concluir-se a favor de Roger Federer, que a 5-4 dispôs de um match point. Mas… Not so fast. Kevin Anderson não queria ir a lado nenhum e “do nada” segurou o serviço, quebrou e voltou a segurar (salvando três break points consecutivos) para salvar o match pointvencer um set frente ao suíço pela primeira vez na carreira. Era só o começo: a esse, seguiu-se também o quarto, que igualou o duelo, e depois o quinto.

Tal como em 2011, quando foi derrotado por Jo-Wilfried Tsonga nos quartos de final, Roger Federer perdeu a confiança com que entrara no court e com ela foi-se o controlo, que ainda deu para ampliar a vantagem mas se revelou insuficiente para, mais tarde, a segurar: o campeão caiu, e caiu com estrondo. É apenas a terceira vez em 269 encontros em torneios do Grand Slam que Roger Federer desperdiça uma vantagem de dois sets a zero (aos dois “casos” em Wimbledon junta-se a meia-final do US Open de 2011, frente a Novak Djokovic).

Mérito para quem o merece: Kevin Anderson, que em setembro último se estreou em finais do Grand Slam (perdeu para Rafael Nadal), fez esta quarta-feira o que há três anos estivera perto de fazer frente a Novak Djokovic na quarta ronda (perdeu por 6-7[6], 6-7[6], 6-1, 6-4 e 7-5). É mais uma prova de que aos 32 anos está a jogar o melhor ténis da sua vida e que quer mais, muito mais. Porque velhos são os trapos.

Duelo de servidores

Aconteça o que acontecer no segundo e último encontro de singulares do dia no Court No. 1, a meia-final da metade superior do quadro proporcionará um duelo de servidores. Porque a Kevin Anderson vai juntar-se o vencedor do embate entre Milos Raonic (finalista há dois anos) e John Isner, que depois de ter conquistado, em março, o seu primeiro título em Masters 1000 persegue, agora, uma inédita final em torneios do Grand Slam.

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