A emocionante história de Pablo Andujar: “Na minha situação, quem não chora é porque não tem sangue”

Pablo Andujar
Fotografia: Marcelo Sayão

Outrora Pablo Andujar era um jogador bem estabelecido no top 50 mundial e com três títulos no currículo conquistados entre 2011 e 2014. Mais tarde, em 2015, a tragédia abateu-se sobre o espanhol. Uma grave lesão no cotovelo direito obrigou o tenista natural de Cuenca a submeter-se a três cirurgias que tiveram como consequência um longuíssimo afastamento dos courts.

Andujar ficou devastado. Perante inúmeros médicos, tratamentos e largos períodos de recuperação sem melhorias concretas à vista, considerou mesmo colocar um fim na sua carreira. Felizmente, ao mesmo tempo que a infelicidade batia à porta e se apoderava da sua vida, existia simultaneamente uma força ainda mais poderosa e determinada a reerguer o ex-número 32 mundial – a família, os amigos e talvez mais importante, o seu bebé de poucos meses.

Depois da tempestade, veio a bonança. O atual número 1821 da hierarquia mundial obteve entrada no quadro principal do Rio Open por via de ranking protegido e conquistou esta terça-feira o seu primeiro triunfo em dois anos. No final do duelo – definido pelos parciais 7-5 e 6-2 frente ao austríaco Gerard Melzer – as emoções tomaram conta do vencedor.

Andujar Gstaad
Pablo Andujar, de 32 anos, tem no currículo três títulos de campeão de torneios do ATP World Tour — o último foi conquistado em 2014, em Gstaad. Fotografia: Christian Pfander/Fresh Focus

“Foi muito bonito, muito especial. Depois de tanto tempo, tanto trabalho, tantos médicos, tantas horas de recuperação, sentir que no final ganhas uma partida… deixou-me em lágrimas. Acho que na minha situação, quem não chora é porque não tem sangue“, começou por desabafar citado pelo jornal El Mundo.

Talvez mais importante que a vitória alcançada, é o fato de se sentir em ótimas condições físicas. Algo que assegura referindo que apesar de ser impossível dar garantias absolutas devido às cirurgias efetuadas, desde há três/quatro meses se sente bem fisicamente e que agora o essencial passa por adquirir ritmo competitivo.

“O trabalho árduo durante todo este tempo – quase dois anos e meio sem poder competir a 100% – já compensou para mim. Espero que pouco a pouco vá jogando melhor e ganhando mais jogos“, acrescentou.

No que toca à sua participação no único ATP 500 sul-americano, Andujar já sabe que terá pela frente um teste dificílimo na próxima quinta-feira. À sua espera encontra-se o segundo cabeça de série e recente campeão do Argentina Open, Dominic Thiem (6.º).

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