Srdan é o pai e um dos principais pilares de um dos mais bem sucedidos tenistas da história do ténis, Novak Djokovic. O pai do ex-número um mundial deu uma longa entrevista ao jornal Novosti, onde falou do passado do seu filho, do momento em que percebeu que Novak era especial e de como é complicado assistir aos seus encontros.
O primeiro dos temas abordados na entrevista foi o como é assistir aos encontro do tenista de 30 anos. Para Srdan não é fácil e na maior parte das vezes prefere nem ver, segundo conta, dando o exemplo de Wimbledon.
“É complicado assistires aos jogos do teu filho. Conheço melhor os arredores de Wimbledon do que o próprio estádio. Ando por aí e vou ouvindo os aplausos. Se forem fortes é porque o adversário ganhou o ponto. Se forem fracos o Novak lidera. Em casa desligo a televisão, sento-me no carro com a música no máximo e espero que a minha mulher me envie uma mensagem com o resultado”, contou, falando de seguida da forma como seguia o percurso de Novak durante os escalões mais jovens.
“Não o aconselhava como esses ‘especialistas’ que sabem de tudo. Eu era um “perito” até certo período, viajava com ele, observava cada ponto. Ele fez o trabalho mais difícil, quis ser jogador de ténis. Imagine, enquanto pai, o quão horrível é decidir se o teu filho é talentoso ou não”, confessou.
Quando é que percebeu que o Novak era especial? Foi esta uma das questões que fizeram ao progenitor do tenista de Belgrado. A resposta nada teve a ver com o ténis, mas sim com as atitudes que Novak tinha desde cedo no seio familiar, onde mostrava toda a sua dedicação.
“Percebi que ele era especial quando a minha mãe estava a lutar contra um cancro do osso. Ele tinha apenas três anos e ficava com ela e com meu falecido pai em casa. Perguntava à avó onde é que lhe doía e massajava a zona em questão durante horas, caminhava com ela, contava-lhe as suas histórias. Ele estendeu-lhe a vida por uns anos. Não era apenas especial no court”, afirmou, respondendo de seguida o que é que tornava Novak especial dentro do mundo do ténis.
“Ele sempre pereceu magro. Encontrava os outros atletas muito mais robustos, como o Tsonga, o Monfils, o Nadal ou o Gasquet. Mais tarde amadureceu mais rápido do que outros da sua geração. O principal segredo dele foi que, há 20 anos, percebeu que cada aquecimento antes do treino e os alongamentos prolongariam a sua carreira. Ele treinava de noite. Uma criança pobre que andava na escola não tinha tempo para jogar ténis”, descreveu.
