No frio de Tallinn, Portugal volta a lutar pela manutenção e enfrenta uma das grandes potências na estreia

Portugal Fed Cup
Um ano depois, Portugal está de volta a Tallinn e o objetivo repete-se: garantir a manutenção no Grupo I da Fed Cup | Fotografia do Jantar Oficial desta segunda-feira, já na Estónia

Foi com temperaturas baixas e neve, muita neve, que a seleção portuguesa da Fed Cup foi recebida em Tallinn. A capital da Estónia voltou a ser a localidade escolhida para acolher o Grupo I da Zona Euro-Africana da competição por equipas e é lá que as jogadoras lusas vão jogar ao longo de quatro dias com um objetivo bem definido: garantir a manutenção.

A presença no Grupo I acontece pelo sétimo ano consecutivo e desta vez Neuza Silva, a capitã da equipa portuguesa desde 2016, não poderá contar com a melhor jogadora lusa de todos os tempos. Michelle Larcher de Brito, que regressou recentemente à competição depois de um período de ausência, optou por não entrar nas contas do país para esta temporada. Por isso, há uma novidade no selecionado: Maria Inês Fonte, que aos 16 anos se torna numa das mais novas de sempre a vestir as cores de Portugal.

A jogadora natural da Maia vai participar na Fed Cup pela primeira vez na carreira e juntou-se um pouco depois às restantes companheiras, dado ter estado em Lousada a participar na Winter Cup — onde, juntamente com Leonor Oliveira e Mariana Campino, ajudou Portugal a igualar o seu melhor resultado de sempre no escalão de sub 16.

Em declarações ao RAQUETC no fim de semana de 6 e 7 de janeiro, quando se realizou no Jamor o tradicional estágio da seleção nacional da Fed Cup, a campeã nacional de sub 16 revelara ter ficado “muito contente” com a convocatória. “Não estava à espera e era um sonho que tinha por isso vou continuar a trabalhar muito para corresponder à confiança e ajudar Portugal da melhor forma possível.”

Portugal na Fed Cup
Da esquerda para a direita: Carlos Costa, Maria Inês Fonte, Maria João Koehler, Neuza Silva, Francisca Jorge, Inês Murta e Miguel Sousa já em Tallinn

Já esta terça-feira, depois do primeiro dia em Tallin, Fonte contou que “hoje já me pude ambientar aos courts e estar na presença de alguns nomes atuais de grandes jogadoras do ténis mundial”, garantindo ainda que Portugal é “uma equipa unida e vamos dar o nosso melhor para que esta semana corra da melhor maneira para a nossa nação.”

A Maria Inês Fonte na equipa portuguesa juntam-se ainda Francisca Jorge, que se estreou em 2017 e é a atual campeã nacional absoluta, Inês Murta (convocada já desde 2014) e Maria João Koehler, a portuense que já joga a Fed Cup há 10 anos — é dela, aliás, o estatuto de jogadora portuguesa mais nova de todos os tempos a participar na prova, tendo feito a estreia em 2008, quando tinha apenas 15 anos.

Em declarações, Francisca Jorge diz que há “boas sensações” e um “bom ambiente quer na equipa, quer com futuras adversárias”. Para a vimaranense de apenas 17 anos “é sempre uma honra representar Portugal na Fed Cup, visto ser dos mais privilegiados torneios onde se conjugam muitos nomes de atuais profissionais de alto nível. Temos uma boa equipa quer a nível tenístico, quer a nível de companheirismo e sei que vai ser uma boa semana para Portugal!”

Inês Murta, que representou Portugal nas últimas quatro edições do Grupo 1, diz sentir-se “bastante honrada por mais uma vez poder representar a seleção e ter a oportunidade de treinar ao lado das melhores do mundo e aprender com elas. A adaptação foi boa, visto que é no mesmo local em que jogámos no ano passado, o campo não é extremamente rápido mas as bolas saltam bastante e são rápidas.”

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E Maria João Koehler, que está de regresso depois de um ano de ausência devido a lesão, afirma que a equipa tem “treinado bem e acredito que temos melhorado de treino para treino.” Num plano pessoal, “estou motivada e preparada para jogar. Sabemos que temos uma tarefa muito dura e que não somos favoritas mas tudo pode acontecer. É um privilégio jogar pelo meu país e sinto sempre uma ansiedade e nervosismo diferentes pois é a única competição em que não estamos ali só por nós e em que representamos o nosso país. É das minhas competições preferidas e tenho muito orgulho nesta equipa.”

Por sua vez, Neuza Silva, que uma vez mais se fará acompanhar do treinador Miguel Sousa e do fisioterapeuta Carlos Costa, destacara ao RAQUETC que “há um companheirismo muito grande, uma entre-ajuda enorme e isso reflete-se na própria equipa da Fed Cup. É quase como se fôssemos uma família, damo-nos todos muito bem. É algo que temos vindo a trabalhar e que está a dar resultados”, reforçando também a grande importância que o começo do Centro de Alto Rendimento feminino tem tido no fortalecimento das relações entre todos.

Já esta terça-feira, com o primeiro dia de treinos superado e o início de competição a aproximar-se, a capitã portuguesa contou que “como já conhecíamos o pavilhão, a nossa adaptação foi mais fácil e correu tudo bem. O ambiente é fantástico, o que dá mais motivação para começarmos os jogos.”

Fotografias do luxuoso centro de ténis de Tallinn (clique nas imagens para aumentar):

Apesar de ainda não ser conhecido o alinhamento de Neuza Silva para o primeiro duelo, Portugal já sabe que está na Pool B, juntamente com a Grã-Bretanha e a Estónia. E a seleção britânica, uma das mais fortes entre as que viajaram para Tallinn, será a primeira adversária, já esta quarta-feira. As comandadas de Anne Keothavong são Johanna Konta (11.ª WTA), Heather Watson (74.ª), Katie Boulter (195.ª) e Anna Smith (48.ª em pares). Depois, segue-se o jogo com a Estónia, que é representada por Anett Kontaveit (27.ª WTA), Elena Malygina, Katriin Saar e Saara Orav, todas sem ranking.

No Grupo I da Fed Cup, as 14 seleções estão divididas em quatro grupos e enfrentam-se no formato de “round robin”. Depois, a vencedora da Pool A defronta a vencedora da Pool D e o mesmo acontece com as Pools B e C, sendo que daí saem duas equipas apuradas para a fase seguinte. No sentido inverso, últimos classificados das Pools A e D enfrentam-se para evitar a descida, situação comum às Pools B e C.

As restantes equipas jogam entre si para definir a classificação geral, o que significa que para cumprir o objetivo de garantir a manutenção, Portugal precisa de 1) ficar no segundo lugar da Pool B ou 2) vencer o encontro do play-off de despromoção (que só jogará se ficar em 3.º na Pool B).

Sérvia: Dejana Radanovic, Ivana Jorovic, Olga Danilovic e Bojana Marinkovic

Geórgia: Ekaterine Gorgodze, Sofia Shapatava, Mariam Bolkvadze, Oksana Kalashnikova

Bulgária: Viktoriya Tomova, Isabella Shinikova, Julia Terziyska e Petia Arshinkova

Grã-Bretanha: Johanna Konta, Heather Watson, Katie Boulter e Anna Smith

Estónia: Anett Kontaveit, Elena Malygina, Katriin Saar, Saara Orav

PORTUGAL: Inês Murta, Maria João Koehler, Francisca Jorge, Maria Inês Fonte

Croácia: Tena Lukas, Ana Biskic, Lea Boskovic e Darija Jurak

Hungria: Timea Babos, Fanni Stollar, Dalma Galfi e Anna Bondar

Eslovénia: Tamara Zidansek, Nina Potocnik, Kaja Juvan e Nika Radisic

Suécia: Rebecca Peterson, Cornelia Lister, Jacqueline Cabaj e Awad Mirjam Bjorklund

Polónia: Magda Linette, Magdalena Frech, Iga Swiatek e Alicja Rosolska

Turquia: Cagla Buyukakcay, Basak Eraydin, Ayla Aksu e Pemra Ozgen

Áustria: Barbara Haas, Julia Grabher, Melanie Klaffner e Pia Konig

Letónia: Jelena Ostapenko, Anastasija Sevastova, Diana Marcinkevica e Daniela Vismane

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