Espanha 1 vs. 1 Grã-Bretanha: O milagre de Cameron Norrie que dá esperança aos visitantes

Cameron Norrie
Fotografia: Taça Davis

MARBELLA – O primeiro dia de ténis na cidade de Marbella tinha tudo para ser de várias alegrias para a equipa da casa, mas no final, e depois de 4 horas de jogo, acabou por ser a equipa da Grã-Bretanha quem mais festejou. E assim está tudo empatado e a emoção garantida até ao último dia…

O “culpado” é Cameron Norrie. Aos 22 anos, o número 114 do mundo disputava o primeiro encontro em terra batida desde 2013 e fazia a estreia na Taça Davis. Tal como ele, também Liam Broady estava nessa posição. Mas se no primeiro encontro do dia a vitória sorriu aos espanhóis, com Albert Ramos a derrotar o número 165 do mundo por 6-3, 6-4, 7-6(6), o segundo assumiu contornos mais épicos e viu Norrie surpreender tudo e todos.

Quando já o sol dizia “até amanhã” às bancadas do enorme estádio aumentado no pitoresco Club de Ténis Puente Romano, que não esgotou os cerca de 8.000 lugares que este fim de semana o compõem mas esteve perto disso, o jogador britânico deu início a uma reviravolta que ninguém esperava. Por várias razões: porque do outro lado estava o super favorito Roberto Bautista Agut (número 23 do mundo) e porque Cameron Norrie não só nunca tinha disputado um encontro da Taça Davis como nunca antes jogara mais de três sets.

Pois bem, Taça Davis é Taça Davis e nesta competição, já se devia saber, tudo pode acontecer. E tudo quer mesmo dizer… Tudo. Porque depois de perder os dois primeiros sets, o número 114 do mundo (que só se tornou profissional a tempo inteiro no último mês de maio) cresceu para um encontro como nunca antes tinha feito e deu início a uma recuperação que só terminaria com o match point convertido.

4-6, 3-6, 6-3, 6-2 e 6-2 foram os parciais de uma surpresa que ficou completa já o relógio do court contava mais de quatro horas de jogo e que congelou os entretanto já gelados adeptos espanhóis, que com o desenrolar do encontro e o “adeus” do sol foram, também, abandonando as bancadas. Para além do resultado, esse foi o aspeto que mais surpreendeu em Marbella esta sexta-feira: salvo raras exceções, foram os britânicos quem mais se fizeram ouvir ao longo do dia, quer num, quer noutro encontro e independentemente das circunstâncias.

O que é que significa este triunfo?

Pois bem, se à entrada para a eliminatória e ainda mais com a divulgação dos escolhidos para o primeiro dia o favoritismo era todo dado à Espanha, o triunfo de Cameron Norrie muda as contas: a equipa da casa e a Grã-Bretanha partem empatadas para o segundo dia e nos pares são os visitantes quem têm mais argumentos, tendo do seu lado o ex-número 1 mundial Jamie Murray e Dominic Inglot.

Se os capitães Sergi Bruguera (que escalou Pablo Carreño-Busta e Feliciano Lopez) e Leon Smith vão ou não manter as escolhas, não sabemos — podemos mesmo só vir a saber uma hora antes do começo do encontro deste sábado –, mas que o drama está garantido, está. Isso, e a decisão adiada para o terceiro e derradeiro dia da eliminatória, que no fundo é o que se deseja sempre que há uma eliminatória da Taça Davis.

Que dia!

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