Fora de horas: Wozniacki sobrevive a “montanha russa” e regressa às meias-finais 7 anos depois

Caroline Wozniacki
Sete anos depois, confirma-se o regresso da dinamarquesa às meias-finais em Melbourne / Fotografia: Tennis Australia

Ainda Caroline Wozniacki estava em campo e já as redações se preparavam para fechar a atividade. Tudo porque a dinamarquesa entrou de rompante num encontro que começou já “fora de horas” e parecia determinada em vencer rapidamente. Mas uma partida de nome Carla Suárez Navarro fez com que a ação em Melbourne só terminasse já depois da 1h30 local e a número 2 mundial se visse forçada a três parciais antes de selar o regresso às meias-finais do Australian Open pela primeira vez desde 2011.

Num encontro que começou tarde — já para lá das 23h em Melbourne, por “culpa” do embate anterior, que se prolongou por cerca de quatro horas –, a dinamarquesa mostrou desde cedo querer passar ao lado de um dia recheado de surpresas, que começou com o afastamento de Elina Svitolina e continuou com as derrotas de Grigor Dimitrov e Rafael Nadal. E parecia muito bem encaminhada para o fazer, só que depois de vencer o primeiro set por 6-0 deu tempo e espaço à tenista espanhola (a última campeã do Portugal Open) para reagir.

Foi, no fundo, um certo contra-senso: a dinamarquesa, que até então tinha estado a jogar ao seu estilo, isto é, a devolver todas as bolas e a forçar o erro da adversária, começou a apostar num ténis mais ofensivo, que encaixa melhor no da tenista espanhola. E assim, não só por isso mas tendo grande influência, Suárez Navarro conseguiu encontrar algum do seu jogo — o suficiente para inverter o rumo da batalha e adiar a decisão para um tiebreak onde, depois de já ter salvo um match point, restabeleceu a igualdade.

Se o “prolongamento” do segundo parcial podia aumentar a motivação da espanhola, acabou por ser Wozniacki quem voltou a entrar melhor no terceiro set. E por ela foram assinados os dois breaks do parcial, que a viu regressar a uma forma mais constante para, ao fim de 2h11 de encontro, carimbar o regresso às meias-finais graças aos parciais de 6-0, 6-7(3) e 6-2.

Com um dia de descanso pela frente, a número 2 do ranking mundial foca-se agora naquele que será o seu segundo encontro das meias-finais em Melbourne. Em 2011, dispôs de um match point no segundo set mas acabou por perder para Li Na; agora, terá como adversária a belga Elise Mertens, que surpreendeu Elina Svitolina e continua sem perder qualquer set nesta edição do torneio. No único encontro disputado entre ambas até à data, foi Wozniacki quem levou a melhor, ao vencer por 7-5, 4-6 e 6-2 nas meias-finais do torneio de Bastad (terra batida) em 2017.

[twitter_video id=”955812364468723713″]

Fora de horas, mas não o suficiente para recorde

O duelo entre Caroline Wozniacki e Carla Suárez Navarro começou tarde, sim, mas também este ano Daria GavrilovaElise Mertens entraram já fora de horas na Rod Laver Arena, naquele que foi, aliás, o duelo que até ao momento começou mais tarde em toda a história do torneio — eram 23h59 de quarta-feira quando as duas começaram a jogar um encontro que acabaria com a vitória da belga.

Quanto ao final, também aqui o duelo entre Wozniacki e Suárez Navarro fica aquém de um outro (ou talvez vários): em 2008, o herói da casa Lleyton Hewitt derrotou Marcos Baghdatis por 4-6, 7-5, 7-5, 6-7(4) e 6-3 num duelo que terminou às 4h33 da manhã — duelo esse que até hoje mantém o recorde de final mais tardio de toda a história do Happy Slam. Ou será “Night Slam”?

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Total
0
Share