João Monteiro prepara 2018 com uma incerteza chamada Australian Open

A pouco mais de uma semana do final do ano, João Monteiro tem apenas uma certeza no que ao começo de 2018 diz respeito: precisa de mais oito desistências* para se estrear em torneios do Grand Slam já em janeiro, quando se joga o Australian Open. E, até lá, nada pode fazer senão preparar 2018 da melhor forma possível.

Assim tem sido. Como elemento da equipa do Centro de Alto Rendimento Jogos Santa Casa, o portuense está a treinar no Jamor, em Oeiras, para a nova época. “Tem sido uma pré-época bastante preenchida, mas torna-se mais simples tendo em conta que no ano passado era tudo ‘novo'”, começou por contar ao RAQUETC.

Monteiro refere-se ao ano de 2017, este em que ainda estamos mas que na cabeça de um tenista já lá vai, devido aos timings de pré-época. O ano de 2017 que o viu subir do 590.º para o 237.º (a sua melhor classificação, alcançada em novembro) posto do ranking e conquistar seis títulos em torneios Future. Agora, quer mais.

João Monteiro
Os seis torneios Future ganhos em 2017 ajudaram-no a estar em posição de se imaginar no primeiro Grand Slam do ano

E mais pode ser já a estreia num dos quatro maiores torneios do mundo. Neste momento, a classificação impede-o de ter certezas, mas a esperança é a última a morrer — e a verdade é que este não é um caso crítico: o qualifying do Australian Open só começa no dia 10 de janeiro; até lá, todas as desistências que aconteçam serão uma ajuda para João Monteiro.

É aqui que entra o asterisco que colocámos no primeiro parágrafo: para que tudo fique bem explicado, é importante referir que não só as desistências (por uma lesão, que impeça determinado jogador de disputar o quadro em que estava inscrito) ajudam João Monteiro. Isto porque se a organização entender dar um wild card a um tenista que esteja no qualifying ou à frente de Monteiro na lista de alternates, também essa “ação” contará como uma posição ganha no acesso ao qualifying.

Ou seja, não é assim tão improvável. E se a isto juntarmos a lista de possíveis-ausentes… Ora veja-se: Rafael Nadal, o número 1 mundial e vice-campeão na edição transacta, continua a contas com a lesão no joelho, que esta sexta-feira o levou a desistir do torneio de exibição de Abu Dhabi e lhe tem trocado as voltas à preparação; como ele, também Stan Wawrinka e Milos Raonic desistiram do evento; Andy Murray foi da Flórida para Londres em vez da Austrália e a imprensa britânica já fala numa operação que o afastaria até Wimbledon. E, entretanto, Kei Nishikori abdicou da já programada ida a Brisbane. Isto só falando dos “casos” mais mediáticos.

Neste momento há, sobretudo, uma muito boa notícia: João Monteiro está totalmente apto. Depois de terminar a época de 2017 com sabor agridoce devido a um contratempo no pé que o afastou do Campeonato Nacional Absoluto (onde defendia o título) e dos últimos torneios internacionais do ano, o número 251 do mundo está recuperado a 100%.

“Já estou recuperado. Em certos movimentos ainda não sinto confiança total mas já está tudo bem fisicamente e estou a treinar sem limitações”, garantiu, pouco antes de admitir que neste momento ainda tudo é “uma incógnita” no que à eventual viagem para a Austrália diz respeito.

Depois de dia 3/4 de janeiro já não vale a pena ir, mesmo que entre, porque a adaptação é complicada e requer tempo.

Aquela que diz ser “uma decisão de todos” (do próprio e da Federação Portuguesa de Ténis, que apoia os jogadores do Centro de Alto Rendimento) não está, para já, nas suas mãos, pelo que esperar e estar atento é o único remédio. Como afirma, “os próximos dias são importantes.” E o relógio não pára…

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