Chaves para o sucesso? “Qualidades básicas inatas e trabalho”, afirma Nadal

Fotografia: Thomas Lovelock/ATP World Tour

Em entrevista ao As, que o distinguiu com o prémio do 50.º aniversário do jornal espanhol, Rafael Nadal deu mais uma lição de humildade, revisitou grandes momentos como a conquista do décimo título de campeão de Roland Garros, abordou o caminho para o êxito e o fim da relação profissional com o seu tio, e deu ainda conta daquilo que o continua a motivar.

Protagonista de uma carreira gloriosa recheada de grandes conquistas, o maiorquino de 31 anos apontou os pilares para chegar ao sucesso. “É preciso ter qualidades básicas inatas, o que é inegável, mas também muito trabalho e superação. As pessoas que te rodeiam também são muito importantes e é necessário acreditar sempre. O meu tio Toni ajudou-me desde que peguei na raquete pela primeira vez”, afirmou.

O ano desportivo de 2017 marcou o fim da relação de trabalho entre Rafa e o seu tio. “Nunca poderei agradecer ao meu tio tudo o que ele fez por mim. Sem ele, eu nunca teria jogado sequer. Ele ajudou-me desde os 3 anos de idade e incentivou-me sempre a melhorar. Estarei-lhe eternamente grato”, sublinhou.

Rafael Nadal é um dos melhores tenistas que a modalidade alguma vez conhecerá, mas nem por isso o espanhol despe a humildade que o caracteriza. “Não muda nada. Vivo no mesmo lugar e tenho uma vida normal quando estou em casa. Quando estou a viajar pelo circuito muda um pouco, mas quando regresso a casa encontro a tranquilidade que preciso”, observou.

Não é por isso de estranhar que Nadal encare com normalidade quando é apelidado de lenda. “Aprecio todo o carinho e todos os elogios que as pessoas me dão, assim como as críticas, desde que não faltem ao respeito. Tenho noção que a minha carreira é especial, mas ao mesmo tempo estou ciente que tudo o que me acontece agora é passageiro. Dentro de alguns anos, serei apenas mais um cidadão e portanto é melhor não subir muito alto, porque a queda é maior”, frisou.

Recuando a junho – mês escrito a letras douradas na sua carreira –, Nadal recorda a felicidade sentida aquando da conquista de “La Decima” e admite que será muito difícil alguém superar o seu feito em Roland Garros. “O que eu fiz pode ser alcançado por outro tenista, mas é preciso que surjam uma série de circunstâncias. Estou entusiasmado por ter conseguido este feito, que fica para a história, e não sei se irei ver alguém a superar-me [em Paris]”, analisou.

Nadal tem no currículo 16 títulos de campeão de torneios do Grand Slam, ao passo que o seu maior rival de todos os tempos, Roger Federer, tem 19. Superar o número do suíço não é algo que ocupe o pensamento do número 1 mundial. “Eu faço o meu próprio caminho e a minha carreira é algo que me motiva. A vida consiste em ser feliz com o que se faz e isso não significa não querer sempre mais, mas não preciso de alcançar Federer. Continuarei a lutar para conseguir o que puder”, esclareceu.

Total
0
Shares
Total
0
Share