Boris Becker cansou-se “das modelos e das festas” e esclarece falência declarada por banco britânico

Fotografia: Robert Wilson/Times Magazine 2017

O supersónico estrelato, as festas e noites passadas com modelos e, agora, a falência declarada por um banco britânico. No ano (e no mês) em que completou 50 anos, Boris Becker tem-se mostrado disponível para várias conversas com a imprensa. O último exemplo disso, a revista Time Magazine, à qual o ex-número 1 mundial deu uma longa e honesta entrevista na qual aborda vários episódios e períodos da sua vida.

A falência declarada por um banco britânico

Com o apoio dos seus advogados, o ex-número 1 mundial explicou com detalhe a situação que levou a que um banco britânico declarasse a sua falência financeira. “Em 2012, vivia na Suíça e tinha muitos negócios em várias áreas, sem necessidade financeira de qualquer tipo. Nessa altura fui aconselhado a vender os meus diretos de propriedade inteletual a um banco inglês privado para melhorar o pagamento dos meus impostos. Tinha um acordo com eles, em que eles valorizavam os meus direitos por um preço e durante cinco anos tinha de lhes devolver todo o dinheiro que me emprestaram para ficar a ganhar com os meus impostos.”

“Eu não precisava do dinheiro mas parecia um bom acordo, não? Só que três anos mais tarde as coisas começaram a correr mal. Os contratos concedidos ao banco como garantia do empréstimo acabaram” e assim Boris Becker viu-se impedido de continuar a devolver ao banco o restante dinheiro que lhe fora emprestado. Apesar disso, garante, continuou a gerir as suas empresas e a pagar a todos os funcionários.

Ao banco, o alemão garantia que estava a resolver o refinanciamento da dívida, mas em junho deste ano a empresa tornou pública a sua situação. Juntamente com os seus advogados, Boris Becker garante que “não estou a querer fugir, quero pagar o que falta mas precisamos de chegar a um acordo com o banco”. E explica: “É como se fosse a um restaurante, pedisse uma sandes e um refrigerante e me dissessem que tenho de pagar 10.000 libras. Teria de falar com o dono e dizer-lhe que esse não é o valor real.”

“Por isso, é tudo um mal-entendido. Não estou a fugir de nada, continuo a viver em Londres, não me escondo”, diz antes de concluir: “Quero acabar com isto e continuar a minha vida com a minha esposa.”

As modelos e as festas

Boris Becker falou ainda sobre os tempos em que, aos 17 anos, ganhou Wimbledon e atingiu o estrelato: “Era um miúdo, como é que poderia controlar-me? A minha vida era incrível e o que se passou comigo poderia ter-se passado com outra pessoa. Como é que podia controlar-me quando ganhei o meu primeiro milhão de euros aos 18 anos e do dia para a noite era famoso e tinha mulheres a oferecem-se a mim? Ganhei dinheiro ao longo de toda a minha vida, tanto que não sabia o que fazer com ele.”

Farto de festas e modelos, diz que agora tudo é diferente: “A minha vida perfeita agora seria estar em casa com a minha mulher e os meus filhos. Estou feliz assim, em casa. Cansei-me das festas, das modelos e das bebidas. Vivi uma vida muito intensa. Se estive demasiado perto do limite? Talvez sim, mas de outra forma não teria ganho Wimbledon aos 17 anos. Se isso não fosse parte da minha personalidade não teria conseguido o que consegui e isso significa que aproveitei as oportunidades.”

Um preço a pagar?

“Ser o Boris Becker tem um preço e tenho de aceitar as coisas como elas são. Não me castigo a perguntar ‘porquê eu?’. Sei que 90% das pessoas têm problemas piores do que eu, não me queixo.

Na mesma entrevista, Boris Becker diz ainda que “há muita gente a dizer parvoíces sobre mim e isto dá-me a oportunidade de mudar essas opiniões”, garantindo ainda que “se com 10 anos me tivessem dito que me tornaria no melhor jogador do mundo mas teria um preço a pagar, teria feito exatamente o mesmo.”

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