Frederico Marques: “Existe essa sensação de que se está a perder muito porque estávamos mal habituados”

João Sousa deu por encerrada esta segunda-feira a sua campanha na Asian Swing, ao ser eliminado na primeira ronda do Masters de Xangai, saindo assim de solo asiático sem qualquer triunfo em três torneios disputados.

Depois da participação do número um nacional em Xangai, o RAQUETC esteve à conversa com Frederico Marques, que falou sobre a fase mais recente do vimaranense e a restante parte da temporada de 2017.

Começando por analisar estas três semanas de competição, o treinador do vimaranense admite que as condições com que João Sousa jogou não foram as melhores a nível físico, mas que, no entanto e apesar dos resultados, há ilações positivas a retirar destas três semanas.

“Sim, claro que houve aspectos muito positivos nestas 3 semanas. Sabíamos que não estaríamos nas melhores condições físicas, logo aproveitámos para trabalhar alguns aspectos técnicos já de frente para o ano de 2018”, contou o técnico português, que não vê apenas nos resultados o sucesso do seu trabalho, mas também na evolução do seu atleta em detalhes técnico-táticos que esperam vir a fazer a diferença no futuro.

“A nossa vontade diária é sempre de evoluir e estar melhor dia após dia. Eu trabalho com objectivos semanais, tanto de resultados mas também técnicos e tácticos. Os resultados não estão a aparecer mas estamos mais fortes tecnicamente, como é o caso do serviço e do vólei”, continuou.

A viver uma época pautada por alguns períodos sem vitórias, Frederico Marques considera que tem havido algum exagero quanto aos maus resultados de João Sousa. “Não é uma fase fácil visto que estamos habituados a vencer mais jogos, é verdade, mas também existe essa sensação de que se está a perder muito porque estávamos mal habituados… vencemos bastante nos últimos anos ao mais alto nível”, começou por dizer sobre o tema.

“Se o meu pior ano como treinador e do João como jogador é deixar o meu atleta a 60 do mundo, realizando duas finais ATP, uma meia-final e dois quartos de final… Não o considero assim tão mau”, declarou Frederico Marques, que reconhece que João Sousa poderia estar melhor classificado neste momento.

“Sim, sou consciente que o João e eu temos capacidades de estar em postos da classificação mais altos e rondas mais avançadas, mas todos os atletas e treinadores têm momentos da carreira onde duvidam mais do que outros”, conta o português. “O desporto de alta competição é muito exigente e o João já está nesta exigência (top 50) há 4 anos”.

Sobre o que falta da temporada, Frederico Marques revela que o que resta do ano será aproveitado para se poder trabalhar em ‘casa’ aspetos que precisam de ser trabalhados, aproveitando assim a proximidade dos torneios que se jogam na Europa da sua base de treinos, em Barcelona.

“Ainda faltam 3 semanas de competição a nível ATP. Falta muito trabalho técnico, muito trabalho táctico e algum físico visto que agora é mais fácil trabalhar fisicamente porque poderemos descansar e trabalhar em Barcelona entre torneios”, informa.

Por fim, abordando as críticas de que são alvo após cada derrota, Frederico Marques prefere vê-las pelo lado positivo: “É bom que as pessoas critiquem, é bom que as pessoas comentem de maneira negativa os nossos resultados. Isso significa que tinham expectativas e acreditam em nós. Isso dá-nos muita força para continuar a melhorar”, concluiu o treinador do melhor tenista português de todos os tempos.

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