Portugal 1 vs. 3 Alemanha. Um ponto separou o continuar do fim do sonho

JAMOR – Portugal esteve muito perto de encaminhar a eliminatória para a negra, mas ainda não é desta que a seleção nacional irá marcar presença na elite do ténis mundial, após a Alemanha conquistar o terceiro ponto da eliminatória a seu favor, num encontro digno de Taça Davis.

Frente a frente os dois melhores tenistas da eliminatória, João Sousa (57.º) do lado de Portugal e Jan Lennard Struff (54.º) do lado alemão, foi o mais cotado dos dois jogadores que saiu por cima ao fim de cinco sets com parciais de 6-0, 6-7(3), 3-6, 7-6(6) e 6-4.

Com João Sousa a assumir as despesas portuguesas depois de no dia anterior ter disputado cinco sets e na primeira jornada outros quatro, a seleção nacional viu no seu melhor classificado um jogador muito nervoso e a entrada em jogo foi espelho disso mesmo.

O 6-0 aplicado no primeiro set refletiu o que se passou dentro do campo: depois de ter dois break points no serviço de Struff, João Sousa viu o número um alemão na eliminatória aproveitar — ao contrário do que tinha acontecido contra Pedro Sousa — o pouco peso que o segundo serviço do vimaranense levava, ganhando muitas vezes vantagem com a resposta ao serviço (tal como já tinha feito ontem, no par). Bem mais solto, o tenista alemão também esteve muito melhor no capítulo do serviço e dos winners, disparando um total de 10 pancadas sem resposta, ao passo que João Sousa apenas o conseguiu por uma ocasião.

Bem por baixo e claramente insatisfeito com o que ia fazendo em court, João Sousa teve a mesma entrada no segundo set, onde continuou muito apático e sem soluções aparentes, o que o levou rapidamente a ter uma desvantagem de 3-0 com um break de diferença.

Foi nesse mesmo momento que se começou finalmente a ver João Sousa a jogar. Depois de 9 jogos perdidos de forma consecutiva, Sousa reagiu, fez o break e o segundo parcial acabaria mesmo por ser encaminhado para um tie-break, com ambos os jogadores a segurarem sem grandes dificuldades os respetivos serviços.

No tie-break, apoiado pelo público que fez questão de encher o Centralito, João Sousa continuou na senda positiva e a jogar melhor que o seu adversário, empatou a contenda, ao vencer o tie-break sem grandes dificuldades.

Com o jogo empatado e com ascendente psicológico e tenístico do seu lado, o número um nacional continuou a jogar melhor, ao contrário do melhor jogador presente na eliminatória que perdeu claramente confiança nas pancadas, desceu a eficácia do serviço e não teve capacidade de fazer a diferença nos jogos de resposta. João Sousa fez o break a 3-2 e não mais o largou, passando pela primeira vez para a frente do marcador.

A liderar por dois sets a um e cada vez mais perto de passar o testemunho a Pedro Sousa, João Sousa nem entrou da melhor forma no quarto set, mas rapidamente se recompôs. O português cedeu pela primeira vez o serviço depois de 10 jogos sem ser quebrado, colocando-se atrás do marcador com um break de desvantagem. No entanto, tal como aconteceu no segundo set respondeu logo a seguir, ao recuperar da quebra e empatar o parcial a dois.

O encontro chegou mais uma vez ao tie-break, mas desta vez, foi Jan-Lennard Struff a vencer depois de anular um match point, encaminhando assim o encontro para uma quinta e decisiva partida.

Chegado o quinto set, João Sousa cedo se viu com uma desvantagem de um break. Esse break viria ser recuperado, mas com o jogo empatado a quatro, tal como havia acontecido no encontro de pares, Portugal sofreu o break e a equipa germânica acabou mesmo fechar o encontro e respetiva eliminatória no 10.º jogo do quinto set.

Terminada a campanha de Portugal na edição de 2017 da Taça Davis, os comandados de Nuno Marques falham o principal objetivo da temporada: a qualificação para o Grupo Mundial. Tal como em 1994, a seleção portuguesa ficou muito perto da elite do ténis mundial, mas a maior eficácia em momentos decisivos dos vários encontros acabou por decidir a eliminatória a favor dos germânicos.

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