Portugal 1 vs. 2 Alemanha. Perdido o par, o sonho fica mais longe mas não impossível

JAMOR – Esteve perto, muito perto, o ponto que Portugal tanto desejava: João Sousa e Gastão Elias exibiram-se a um bom nível frente a Jan-Lennard Struff e Tim Puetz, mas a equipa alemã mostrou que ter um especialista em pares pode fazer a diferença e venceu uma maratona em cinco sets para ganhar vantagem no play-off do Grupo Mundial da Taça Davis frente a Portugal.

Antes do encontro, a mensagem era apenas uma — a de encher as bancadas do Centralito para dar o máximo apoio à equipa — e os portugueses cumpriram, ao aderirem em massa para pintarem o Centralito com as cores da bandeira. Depois, João Sousa e Gastão Elias tudo tentarem para corresponder ao desejo de todos aqueles que por eles puxaram, mas os germânicos foram mais fortes e venceram, por 6-2, 4-6, 6-7(5), 6-4 e 6-4.

Apesar da tentativa de Michael Kohlmann, a equipa não surpreendeu: Struff e Puetz tinham ganho o Challenger de Génova, em Itália no passado domingo e, por isso, a equipa portuguesa ficaria sim surpreendida caso o técnico não viesse a colocar Struff em detrimento de Yannick Hanfmann.

Mas vamos ao jogo. E que jogo! Se no primeiro set a equipa portuguesa perdeu o gás após os quatro primeiros jogos, a reação no segundo não tardou a chegar. Sempre muito apoiada pelo público e a já conhecida claque Ultra Davis, a dupla lusa respondeu bem à ocasião: quebrou logo ao terceiro jogo e não mantêve-se firme em todo o set, mesmo quando, a servir para o fechar, enfrentou quatro break points.

Já com a igualdade restabelecida no marcador, os espetadores que aderiram ao espetáculo no Jamor assistiram a um terceiro parcial impróprio para cardíacos: João Sousa e Gastão Elias salvaram break points para segurarem o serviço e fazerem o 3-3 e no jogo seguinte desperdiçaram quatro oportunidades para ganhar uma preciosa vantagem no marcador, situação a que a Alemanha reagiu muito melhor quando, no jogo seguinte, conseguiu atacar a dupla portuguesa.

Só que o melhor do parcial ainda estava para vir: a partir do 3-5, o público cresceu como nunca para o encontro e acompanhou os dois jogadores portugueses a uma reviravolta que poderá ser decisiva para a eliminatória: ao contra break, seguiu-se um tiebreak muito sólido, com os dois comandados de Nuno Marques a conseguirem colocar-se em vantagem no encontro pela primeira vez.

O quinto set, que até poderia ter começado de forma risonha para João e Gastão (os dois portugueses tiveram dois break points a 1-0), terminou de forma inglória, com a dupla portuguesa a ser quebrada quando servia a 4-4 e depois de ter disposto de cinco oportunidades para fechar o jogo. Depois, bastou aos germânicos segurar o serviço para colocar um ponto final no duelo, que se estendeu por 3h37.

Derrotados na reta final da “maratona”, João Sousa e Gastão Elias não conseguem dar a Portugal o sempre importante ponto no encontro de pares (nas 15 eliminatórias anteriores, só apenas na última a equipa vencedora do par não venceu a eliminatória) e a Alemanha passa a liderar o play-off por 2-1. Para seguir em frente, a equipa da casa terá de vencer os dois encontros de singulares marcados para domingo, e que em princípio colocarão frente a frente João Sousa com Jan-Lennard Struff e ainda Pedro Sousa frente a Cedrik-Marcel Stebe.

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