Oito anos depois, uma história diferente: Nadal derrota del Potro e vai lutar pelo título no US Open

Fotografia: USTA/Billie Weiss

Em oito anos acontece muita coisa. Constroem-se carreiras, destroem-se outras e tentam salvar-se outra ainda. Os percursos de Rafael Nadal e Juan Martin del Potro são bem diferentes, mas encontram-se num ponto: nem o espanhol, nem o argentino têm nos seus dicionários a palavra desistir. Por isso, o encontro desta sexta-feira, que em jogo tinha o passaporte para a final do US Open, adivinhava-se imperdível.

A contenda era, na verdade, a reedição da meia-final de 2009. Aquela meia-final em que a “Torre de Tandil” surpreendeu o espanhol, na altura o melhor do mundo a par de Roger Federer, para depois ganhar precisamente ao suíço na final. Agora, com os adversários invertidos, del Potro procurava voltar a sorrir no Artur Ashe Stadium — um estádio que tanto adora e que tanto o adora — para disputar a segunda final da carreira em Grand Slams.

Não esteve longe. A protagonizar uma caminhada brilhante — a melhor desde que em 2016 conquistou a prata nos Jogos Olímpicos e a Taça Davis com a sua argentina –, o número 28 do mundo chegou às meias-finais com 3 vitória sobre tenistas do top 20. Foi, aliás, o único a fazê-lo. De resto, nem Rafael Nadal, nem Pablo Carreño Busta, nem Kevin Anderson (os restantes semifinalistas) tinham tido pela frente qualquer jogador entre os 20 primeiros da hierarquia.

E em grande estilo, claro está, porque como último triunfo assinado estava aquele em 4 sets, há dois dias, sobre Roger Federer — campeão do Australian Open e Wimbledon, entre três outros torneios.

Na madrugada deste sábado, voltou a começar muito bem a brilhar. Com um dos seus melhores (senão mesmo o melhor) sets da temporada, foi co-protagonista de puro espetáculo e ténis ao melhor nível que se pode pedir durante 10 jogos que o viram sair na frente da final.

Só que depois… As pancadas, as pernas e talvez até os nervos alteraram por completo o cenário do jogo, que viu Rafael Nadal ler extremamente bem a situação para tirar o máximo partido da mesma. O espanhol conseguiu jogar o seu melhor parcial do ano em piso rápido para vencer o segundo set por claros 6-0 e depois, apesar da natural reação de del Potro, manteve a vantagem.

Porque tinha a lição bem estudada e sabia que tinha de movimentar o adversário, apontar para o seu lado esquerdo (em teoria, o mais fraco) e cortar nas perdas de rimo de jogo, razão pela qual — ao contrário do que é habitual — foi bastante mais rápido a preparar-se entre os pontos.

E assim, oito anos depois, a história muda: é Rafael Nadal quem sai com a vitória do Artur Ashe Stadium (4-6, 6-0, 6-3 e 6-2). Uma vitória que permite ao maiorquino prolongar a série de meias-finais consecutivas a ganhar em torneios do Grand Slam (15), tendo a última sido precisamente a derrota para Juan Martin del Potro nas meias-finais de 2008.

A viver a quinzena perfeita, o número 1 mundial chega à final do US Open pela quarta vez, tendo ficado com o troféu de campeão em 2010 e 2013. A separá-lo desse feito, que o colocaria no topo da lista de campeões em 2017 ao lado de Roger Federer, estará o estreante Kevin Anderson, que quererá ter uma palavra a dizer no jogo mais importante da sua carreira.

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