Sebastien Grosjean confirma entrada na equipa técnica de Nick Kyrgios

O francês Sebastien Grosjean, ex-número quatro mundial e semifinalista de três torneios do Grand Slam, confirmou a sua entrada na equipa técnica de Nick Kyrgios, onde será treinador do tenista australiano num regime de part-time.

A informação foi confirmada pelo antigo tenista ao jornal francês L’Équipe em Roma, tendo ainda acrescentado que já se encontra a trabalhar com Kyrgios desde fevereiro, ainda que de forma não oficial.

“Começo oficialmente aqui [Roma]”, começou por dizer o técnico gaulês. “No entanto, estou a continuar a ajudar o Nick, uma vez que tenho vindo a fazê-lo desde fevereiro quando começamos a trabalhar em Boca Raton, na Flórida. Quando ele voltou da Austrália nesse mês começamos a passar alguns dias juntos e fomos continuando a fazê-lo. A verdade é que eu não quero passar vinte e cinco semanas por ano ao lado dele. O Nick precisa de uma certa liberdade. Precisas de estar lá quando é necessário mas tens que o deixar expressar-se a si mesmo. Ele não precisa de alguém a tempo inteiro”, continuou.

Como aconteceu o primeiro contacto: “Ele sempre gostou de mim e do Richard [Gasquet]. Quando nos encontramos em Wimbledon, por exemplo, trocamos sempre palavras amigáveis. Ele sabia que eu vivo em Boca e eu conheço muito bem o agente dele, John Morris. Foi tudo natural. O Nick perguntou-me em que torneios eu estaria com ele e eu disse-lhe que estaria em Roma, uma vez que estou a comentar para a beIN Sports, e depois em Roland Garros e Wimbledon. Aliás, vou estar com ele nos últimos três Grand Slams da época.”

Questionado sobre se já sente alguma diferença no jogo do australiano, Grosjean destacou uma maior consistência do seu pupilo: “Tem estado muito mais consistente nos últimos dois meses. Não falo apenas do nível de jogo dele mas também do seu comportamento”, referiu.

Sobre o porquê de ter aceitado o desafio: “Porque estou em Boca com ele. Eu nunca aceitaria se ele me tivesse dito para o seguir nos torneios. Eu acredito nas virtudes do treino. É aí que se podem acrescentar algumas coisas, quer táticas ou técnicas, quantidade de carga física etc. O Nick está no top-20 e, daqui para a frente, os detalhes vão fazer a diferença. É um desafio apaixonante porque ele está numa idade [22 anos] onde ainda está a crescer como jogador. Ainda está em formação e tem uma boa margem de progressão. E não existem trinta e seis mil tenistas como ele na nova geração.”

Apelidando ainda Kyrgios de “uma pessoa simples e natural” e com “um grande coração”, Sebastien Grosjean aproveitou ainda para revelar o que é o que o atrai mais no estilo de jogo do atual 18.º classificado do ranking: “A confiança dele no serviço. Eu já vi jogadores com grandes serviços. Eu joguei contra o [Andy] Roddick, que tinha um dos melhores segundos serviços. Mas ele serve quase sempre primeiros serviços nos seus segundos serviços. Gosto da bravura dele. Não hesita e corre os riscos. Dentro do court quer ser ele a decidir o próprio destino. O Nick tem uma grande personalidade e deixa algo em court. Não existem muitos como ele”, concluiu.

Apesar de estar em Roma para o Masters 1000 italiano, Sebastien Grosjean não vai ter a oportunidade de ver Nick Kyrgios em ação, uma vez que o tenista australiano anunciou a desistência da prova devido a uma lesão no quadril.

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